As forças opositoras ao MPLA, partido que governa Angola desde 11 de Novembro de 1975, dizem haver um grande défice de princípios democráticos no país. O partido no poder realça os ganhos da paz para o país.
Um grupo de ONGs organizou a conferencia sobre a paz, reconciliação nacional e democracia. A organização pretendia ouvir a versão dos três movimentos de libertação nacional, hoje partidos, sobre a paz, o processo de reconciliação nacional e da democracia em Angola.
O historiador Almerindo Jaka Jamba a representar a UNITA considerou haver ainda muito por fazer, para que se consolidem estes princípios democráticos em Angola: “As eleições, a separação de poderes, o pluralismo, a democracia participativa e representativa, a alternância do poder… ainda temos muito trabalho para consolidar estes princípios”.
Ngola Kabango falou pela FNLA e pediu mudança de atitudes e de discurso para quem governa: “As armas calaram-se mas será que os corações estão juntos? As cabeças para pensar Angola estão juntas? Não é com discursos de propaganda, temos que pensar Angola já morreram milhares de angolanos, o país foi destruído isto não basta como exemplo?”.
Lopo do Nascimento foi o convidado para representar o MPLA mas não apareceu. Mas na plateia esteve uma deputada do partido no poder, Idalina Valente, que saiu em defesa de sua dama.
“A paz militar trouxe-nos muitos ganhos: a livre circulação de pessoas e bens isto aqui nesta sala ninguém tem duvidas, e estaria a mentir a si próprio se não estivéssemos de acordo que esta paz militar é fundamental para o alcance de outra paz a social e emocional”, disse Idalina Valente.
Entre os presentes André Mendes de Carvalho, líder do grupo parlamentar pela CASA-CE lançou um desafio à consciência dos cidadãos: “É necessário que os governados deste país tenham consciência de seus direitos e exijam a paz, democracia, reconciliação nacional tem que haver exigência, conjugada com a vontade política de quem governa ‘e possível atingir estes objectivos”.
Do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes acredita haver entre os angolanos uma fraca cultura democrática que faz escassear a democracia: “Há um défice de democracia e na base deste défice temos ausência de liberdades muito grande estamos perante falhanços do nosso sistema democrático o que em nada ajuda a ultrapassar todos os erros que o processo de paz teve”.